O peso chileno desfruta de um rali prolongado desde que o banco central do país anunciou na semana passada uma intervenção de US$ 25 bilhões para impulsionar a moeda após uma série de mínimas históricas, mas pode enfrentar um caminho mais acidentado nas próximas semanas.
O peso fechou a terça-feira em alta de 1,81%, a 923,80 por dólar, elevando seus ganhos para 13,21% em relação a uma mínima histórica de 1.045,80 atingida na quinta-feira passada, antes da intervenção.
Na segunda-feira (18), o peso foi auxiliado por uma alta no preço do cobre, do qual o Chile é o maior produtor mundial, mas a moeda continuou seu rali na terça, mesmo com a queda do preço do metal.
Jorge Selaive, economista-chefe do Scotiabank Chile, disse que uma queda “brutal” nas cotas de fundos de risco no sistema de pensões AFP do país está levando a investimentos em fundos mais conservadores, resultando na venda de dólares e auxiliando o câmbio.
Além disso, ele disse que o banco central não anunciou como “esterilizará” a intervenção ou removerá o excesso de dólares que está injetando no sistema por meio de leilões diários de moeda, mas sinais apontam para o banco permitindo o vencimento de títulos com vencimento inferior a 360 dias.
Outro fator que contribui é que os investidores estrangeiros estão adiando a compra de contratos futuros de dólar, disse ele. “Eles estão esperando que o câmbio se estabilize em novos patamares para reavaliar sua estratégia no Chile”, disse Selaive.
No entanto, o peso segue suscetível à especulação relacionada à flutuação do preço do cobre e à incerteza política sobre uma nova Constituição proposta no Chile, bem como a recente intervenção, segundo Victor Salas e outros economistas da Universidade de Santiago.
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