“Se você achava que eu estava no meu melhor ano passado, espere até ver este ano”. Foi assim que Lewis Hamilton iniciou seu 2022 após a antológica disputa com Max Verstappen no ano passado. Mas o carro da Mercedes não anda bem e o heptacampeão, atrás do novo colega George Russell e apenas sexto colocado no Mundial, não faz o começo de ano que previa. Comentaristas de Motor no ge.globo, Luciano Burti e Rafael Lopes avaliaram a fase do britânico na F1.

Hamilton não ocupa o lugar mais alto do pódio há oito provas – desde a Arábia Saudita em dezembro de 2021. É mais que sua queda de rendimento em 2021, quando a RBR engatou uma sequência de cinco triunfos. E, se não levar o GP do Azerbaijão neste domingo, ele vai repetir seus maiores jejuns; nove corridas, em 2009 pela McLaren, e 2013, sua primeira temporada na Mercedes.

Enquanto o líder Verstappen, Charles Leclerc e Sergio Pérez predominam na ponta da tabela, Hamilton anota apenas 50 pontos após sete etapas, ocupando o sexto lugar no campeonato de pilotos. Ele registra 34 a menos que seu novo colega da Mercedes, George Russell, quarto colocado.

Até o período ausente das três primeiras colocações em corridas é atípico para Hamilton. Desde que foi terceiro no Bahrein, primeira prova do ano, ele não conquistou mais pódios. É um jejum de seis provas, sua maior marca na era dos motores híbridos iniciada em 2014, e a segunda maior de sua carreira. Ele só ficou mais tempo abaixo do top 3 em 2013, por oito GPs.

A rápida evolução e o desempenho notável de Russell na Mercedes expõem mais o momento do heptacampeão, que vem conquistando resultados abaixo do jovem colega de equipe – superando-o apenas em uma corrida, no Bahrein, e em três de sete classificações.

— Lembra do Senna quando foi pra Williams? O carro não funcionava, e o Schumacher era o mais veloz. A gente viu o Ayrton cometer alguns erros que não eram dele. Isso mexe com o piloto. O cara que está acostumado a sempre brigar pela vitória, quando não se vê com a ferramenta certa, mexe com o emocional dele. O Schumacher, quando voltou pra Mercedes, não era mais o Schumacher que a gente conhecia. Tem também o lado humano – avalia Burti.

Foto: Cristiano Barni ATPImages/Getty Images

Por Bruna Rodrigues — Rio de Janeiro